Ola gente boa, dando continuidade à nossa chuva de conhecimento, hoje iremos aprender um pouco mais ou quem sabe relembrar (para os que já sabem) ou melhor, ler de novo, para aqueles que como eu adoooram o barroco.
Vamos lá?
Como vocês já devem imaginar, não vou retratar aqui as obras artísticas, porque dessas eu não sei falar muito bem e fugiria um pouco da proposta, falarei apenas sobre as obras literárias, ok?
O Barroco foi introduzido no Brasil por
intermédio dos jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-se de um
movimento apenas destinado à catequização. A partir do século XVII, o Barroco
passa a se expandir para os centros de produção açucareira, especialmente na
Bahia, por meio das igrejas. Assim, a função da igreja era ensinar o caminho da
religiosidade e da moral a uma população que vivia desregradamente.
Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para a formação
de uma consciência literária brasileira. A vida social no país era organizada
em função de pequenos núcleos econômicos, não existindo efetivamente um público
leitor para as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX. Por
esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com características
barrocas, influenciados por fontes estrangeiras (portuguesa e espanhola), mas
que não chegaram a constituir um movimento propriamente dito. Nesse
contexto, merecem destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa do padre Antônio
Vieira representada
pelos seus sermões.
Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu
marco inicial em 1601(sendo chamado por alguns autores, além de barroco, seiscentismo), com a publicação do poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira. O Barroco é fundamentalmente uma expressão do conflito entre o humanismo renascentista e a tentativa de restauração de uma religiosidade "medieval", entre a razão e a fé, entre o material e o espiritual.
O Barroco tinha algumas ideias principais como: A transitoriedade da vida e o não aproveitamento das mesmas, isto é, a vida é passageira, efêmera por isso temos que aproveita-la ao máximo! Carpe diem!
Suas principais caracteristicas são:
1) A evasão ao conflito existencial enunciado no item
anterior foi buscada através de uma valorização exagerada da forma, que
resultou numa literatura marcada pelo rebuscamento da linguagem,
sobrecarregando o texto com figuras de estilo, como a metáfora, a alegoria, a
hipérbole e a antítese. ( As palavras grifadas são figuras de linguagem, domine-as, elas são usadas SEMPRE e no Barroco, assim como no Arcadismo são de fundamental importância).
2) A arte é identificada com a engenhosidade do artista que pode se dar no
nível da forma (cultismo) ou do conteúdo (conceptismo). (No resumão veremos a diferença básica entre as duas)03)Antropocentrismo x Teocentrismo Ex: Homem x Deus; carne x Espirito.
Vamos aos principais autores. (Começarei pelo que mais gosto)
Gregório de Matos: O boca do inferno.
Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica.
Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica.
Gregório de Matos firmou-se
como o primeiro poeta brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e
religiosa. O que se conhece de sua obra é fruto de inúmeras pesquisas, pois
Gregório não publicou seus poemas em vida. Por essa razão, há dúvidas quanto à
autenticidade de muitos textos que lhe são atribuídos.
O poeta religioso
A preocupação religiosa do escritor
revela-se no grande número de textos que tratam do tema da salvação espiritual
do homem. No soneto a seguir, o poeta ajoelha-se diante de Deus, com um forte
sentimento de culpa por haver pecado, e promete redimir-se. Observe:
Soneto a Nosso Senhor
Pequei, Senhor, mas não porque hei
pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tem a perdoar mais empenhado.
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tem a perdoar mais empenhado.
Se basta a voz irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história.
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história.
Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,
Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
O poeta satírico
Gregório de Matos é amplamente
conhecido por suas críticas à situação econômica da Bahia, especialmente de
Salvador, graças à expansão econômica chegando a fazer, inclusive, uma crítica
ao então governador da Bahia Antonio Luis da Camara Coutinho. Além disso, suas
críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele momento. Essa atitude de
subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de "Boca do
Inferno", por satirizar seus desafetos
Triste Bahia
Triste Bahia!
ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.
ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.
A ti tricou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e, tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e, tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
O poeta lírico
Em sua produção lírica, Gregório de
Matos se mostra um poeta angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na
poesia lírico-amorosa, o poeta revela sua amada, uma mulher bela que é
constantemente comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao mesmo tempo
que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela
angústia do pecado.
À mesma d. Ângela
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Quem vira uma tal flor, que a não
cortara,
De verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
De verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus
altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
O poeta erótico
Também alcunhado de profano, o poeta
exalta a sensualidade e a volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos
escândalos sexuais envolvendo os conventos da cidade.
Necessidades Forçosas da Natureza
Humana
Descarto-me da tronga, que me chupa,
Corro por um conchego todo o mapa,
O ar da feia me arrebata a capa,
O gadanho da limpa até a garupa.
Busco uma freira, que me desentupa
A via, que o desuso às vezes tapa,
Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.
Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
E na hora de ver repleta a tripa,
Darei por quem mo vase toda Europa?
Amigo, quem se alimpa da carepa,
Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Ou faz da mão sua cachopa.
Corro por um conchego todo o mapa,
O ar da feia me arrebata a capa,
O gadanho da limpa até a garupa.
Busco uma freira, que me desentupa
A via, que o desuso às vezes tapa,
Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.
Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
E na hora de ver repleta a tripa,
Darei por quem mo vase toda Europa?
Amigo, quem se alimpa da carepa,
Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Ou faz da mão sua cachopa.
Padre Antonio Vieira
Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e
morreu na Bahia, em 1697. Com sete anos de idade, veio para o Brasil e entrou
para a Companhia de Jesus. Por defender posições favoráveis aos índios e aos
judeus, foi condenado à prisão pela Inquisição, onde ficou por dois anos.
Mito do Sebastianismo
Com o desenvolvimento do mercado
marítimo, Portugal vivenciou um período de Ascenção e grandeza. Porém, com o
declínio do comércio no Oriente, Portugal viveu uma crise econômica e
dinástica. Como consequência, o então rei de Portugal D. Sebastião resolve
colocar em prática seu plano de organizar uma cruzada em Marrocos e levando à
batalha de Alcacer-Quibir em 1578.
A derrota na batalha e seu desaparecimento
(provável morte em batalha), gerou especulações acerca de seus paradeiro. A
partir de então, originou-se a crença de que o rei retornaria para transformar
Portugal novamente em uma grande potência econômica. Padre Antônio Vieira era
um dos que acreditavam no Sebastianismo e, mais adiante, Antônio Conselheiro
anunciava o retorno de D. Sebastião nos episódios da Guerra de Canudos.
Os sermões
Escreveu cerca de duzentos sermões em
estilo conceptista, isto é, que privilegia a retórica e o encadeamento lógico
de ideias e conceitos. Estão formalmente divididos em três partes:
Intróito ou Exórdio: a apresentação, introdução do assunto.
Desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia com base na argumentação.
Peroração: parte final, conclusão.
Seus sermões mais mais famosos são:
Sermão da Sexágésima (1655):
O sermão, dividido em dez partes, é
conhecido por tratar da arte de pregar. Nele, Padre Antônio Vieira condena
aqueles que apenas pregam a palavra de Deus de maneira vazia. Para ele, a
palavra de Deus era como uma semente, que deveria ser semeada pelo pregador.
Por fim, o padre chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá frutos
no plano terrreno a culpa é única e exclusivamente dos pregadores que não
cumprem direito a sua função. Leia um trecho do sermão:
Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador
evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de
Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit,
porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os
passos. (...)
Sermão pelo bom sucesso das armas de
Portugal contra as de Holanda (1640):
Neste sermão, o padre incita os
seguidores a reagir contra as invasões Holandesas, alegando que a presença dos
protestantes na colônia resultaria em uma série de depredações à colônia. Leia
um trecho do sermão:
Se acaso for assim — o que vós não permitais — e está determinado em
vosso secreto juízo, que entrem os hereges na Bahia, o que só vos represento
humildemente, e muito deveras, é que, antes da execução da sentença, repareis
bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso coração
enquanto é tempo, porque melhor será arrepender agora, que quando o mal passado
não tenha remédio. Bem estais na intenção e alusão com que digo isto, e na
razão, fundada em vós mesmo, que tenho para o dizer.(...)
Sermão de Santo Antônio (1654):
Também conhecido como "O Sermão
dos Peixes", pois nele o padre usa a imagem dos peixes como símbolo para
fazer uma crítica aos vícios dos colonos portugueses que se aproveitavam da
condição dos índios para escravizá-los e sujeitá-los ao seu poder. Leia um
trecho do sermão:
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da
terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o
sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão
corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual
será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...)
RESUMÃO:
O
Barroco: século XVII
CONTEXTO
HISTÓRICO
- Contrarreforma;
- Renascimento.
CARACTERÍSTICAS
- Conflito entre corpo e alma;
- Passagem do tempo;
- Cultismo e conceptismo;
(O cultismo como o conceptismo usam figuras de linguagem como: metafóricas e antíteses. A diferença que eu chamaria de CRUCIAL é que: no cultismo existe a presença de rimas e métricas e poesia, enquanto que no conceptismo não há nada disso, sendo escrito em forma de prosa. (Obrigada professor Celso por essa informação valiosíssima))
(O cultismo como o conceptismo usam figuras de linguagem como: metafóricas e antíteses. A diferença que eu chamaria de CRUCIAL é que: no cultismo existe a presença de rimas e métricas e poesia, enquanto que no conceptismo não há nada disso, sendo escrito em forma de prosa. (Obrigada professor Celso por essa informação valiosíssima))
- Figuras de linguagem.
PRINCIPAIS
AUTORES
- Gregório de Matos Guerra;
- Padre Antonio Vieira.
Não se esqueça: Não somos professoras e sim alunas! Nós trazemos para cá aquilo que aprendemos e fazemos uma pesquisa para completar o pensamento. NADA é inventado.
Segue abaixo os sites onde pesquei tudo.
Segue abaixo os sites onde pesquei tudo.
http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco04.php
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/barroco-no-brasil-caracteristicas-do-movimento-na-literatura.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/barroco-no-brasil-caracteristicas-do-movimento-na-literatura.htm
Uf, acabei, ficou um pouquinho só grande, hihihihi, mas nada que seja desumano.
O barroco marca e dá início a mutos pensamentos, não deixe de estudar porque "é grande", ele é grande na mesma proporção que importante.
O barroco marca e dá início a mutos pensamentos, não deixe de estudar porque "é grande", ele é grande na mesma proporção que importante.
BEIJO GRANDE!
Amo o Barroco >< Amei estudar sobre ele no colégio, época boa :3
ResponderExcluirÓtimo post.
Beijos,
Blog: Anjo de Cereja & Blog: Contos Fantásticos
Eu também! Saudades da época do colégio... ai ai :/
ExcluirObrigada!
Beijões.