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Primavera nos ossos - Állex Leilla

Oláaaa pessoal, a resenha de hoje é sobre o livro: 




Eu roubei esse livro da minha prima, espero que ela não leia essa resenha, se ler, saiba que não o devolverei. 

SinopsePrimavera nos Ossos é uma história de amor. Uma História de amor que não se realiza. A história de Luísa, uma bem-sucedida profissional, sócia de uma importante agência de publicidade em Salvador, e de Michel, sua primeira paixão, com quem esteve casada por cinco anos e por quem nutre uma obsessiva atração, apesar de ele declaradamente se interessar apenas por homens.

Sobre o livro + minha opinião: O livro conta a história na Luísa e até um bom caminho do livro sobre a sua vingança. Vingança? Do que ela se vingaria? Sim caros amigos, a sinopse não revela (essa pelo menos) ela foi estuprada, e a parte que eu particularmente mais gostei foi essa, essa busca dela para encontrar os homens, a elaboração do plano, o desejo de vingança, tudo isso, foi o que eu mais gostei.
A outra parte do livro é a relação inacabada dela entre Michel, eles foram casados e ela nutre uma paixão por ele, ele por outro lado, gosta e expõe claramente a orientação sexual direcionada aos homens. 

E então a história desenrola-se em torno desses acontecimentos, o estupro, a amizade deles, e a paixão por Michel. 

A história não é absurdamente genial e também não é  ruim, eu diria que é intermediário mais pra bom do que para mal. A "história" por assim dizer, que mais eu gostei foi a parte da vingança mesmo e achei um pouco chata esse "rolo" dela com o Michel, mas uma coisa é clara, a amizade deles é linda.


Sinceramente? eu acho que poderia ser melhor, o livro não me surpreendeu em momento nenhum. Mas me fez pensar mais sobre o assunto sabe? O quão é difícil esquecer um estupro, o quanto é doloroso, marcante e lacerante. Imagine se todas as mulheres que fossem violentadas resolvessem matar a sangue frio seus agressores, será que ainda existiriam essa raça podre e imunda? Nunca se poderia saber, nem todas as mulheres têm essa coragem ou sangue frio. 

Um pouco do livro: 
Levanta-se. Confere a roupa um tanto rasgada, suja de sangue. Ajeita-a. Passa as mãos sobre o tecido tentando limpá-lo. Em vão. Conforme Dante, no inferno faz frio de travar os ossos. Movimentos pelo avesso. Anda devagar como se ainda carregasse por dentro o torpor do susto levado horas atrás, ao se certificar que se tratava, de fato, de um ataque.
Beira da morte, amputação.
A pancada.
A bordoada.

Basta trazer à tona uma faísca do vivido que, feito relâmpago, no automático, a lembrança da agressão vem viva: uma serpente à espreita, um dragão preparando a cusparada de fogo.
Sacode a cabeça, evitando que a faísca pegue fogo, atraindo-a novamente pro olho do incêndio. Concentra-se nisto: despistar o registro da agressão na memória, carvão em brasa lhe trazendo tontura, imprecisão. Despistar e cuidar de outra realidade que lhe crava a carne desde que abriu os olhos: a dor. Mais forte que a lembrança do ataque sofrido, o que lhe perfura a carne é a dor de alicate puxando os dentes. A dor de água escaldando os pés, mãos, pescoço, sexo, seio. Principalmente ali, nos bicos dos seios mordidos. E as marcas de roxo pisado, ela murmura, apalpando-se seirão algum dia? 


Sobre a autora: 
Állex Leilla é doutora em Letras, com tese defendida na UFMG, em 2008, sobre o amor em Caio Fernando Abreu e Renato Russo. Professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (na UEFS, universidade da minha cidade, aêêê), é autora de Urbanos (Prêmio Copene, Contos, 1997), Obscuros (Contos, 1999), Henrique (Romance, 2001) e O sol que a chuva apagou (Novela, 2009).

 

Espero que tenham gostado. 


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